Las Cabaças

Duas palhaças em pesquisa prática sobre os palhaços do norte e nordeste brasileiros.

Nome:
Local: Belém, Pará, Brazil

sábado, junho 17, 2006

17.06.06 - S.Luis (MA)

Assisto uma roda de Capoeira Angola. Jogo malicioso, cheio de quedas sutis. Eis que de repente aparece uma figura de chapéu, faz sua oração no pé do berimbau e espera sua vez de entrar. O homem era um espanto, um palhaço, purinho da Silva.

Jogava de chapéu, gritava insinuando medo dos golpes, reagia exagerado como um cão que leva pauladas, brincava de mancar, triangulava com as pessoas que assistiam a roda, puxava a chamada de angola e, dá-lhe tiro certeiro no parceiro! Ria, divertia-se.

Ao mesmo tempo seu jogo era reto, duro, truncado. Era isso que o tornava tão engraçado. Cantava músicas inventadas na hora falando das pessoas presentes, incendiava o jogo com o coro:

_ Joga ele no chão...

Era uma capeta, um Arlequim, diabólico, engraçado, encantador.

Às vezes o palhaço está onde menos de espera...

Depois descobri que ele é Mestre. Só podia ser!

Seu nome: Assuélio.

Acompanhamos o Boi de Seu Apolônio (que tem 86 anos) desde a sede no bairro de Liberdade até a praça onde iam brincar.

Tomamos cerveja no bar do Juarez com Abel, fazedor de Caretas, sua esposa, Rosalindo e Parrachá, que quando chegou cumprimentou Juliana dizendo: _ Como vai, minha branca? Ele tem 16 filhos , mas mora sozinho com uma jibóia!

Rosalino nos apresentou a sede do grupo e na hora de oferecer a janta, foi logo se desculpando, um pouco tímido, dizendo que a comida era simples. A neta de S. Apolônio nessa hora interrompeu forte: _ É cozido de carne com farinha. Pare de enrrolar, Rosalino!

Um senhor me deu lugar para sentar, eu agradeci e ele: _Não, foi de coração.

...foi bom conhecê-los antes da brincada. A brincadeira fica mais bonita.

Participamos e dançamos um bocado.

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