Acordamos cedo, Lais foi embora.
Fomos até Damásio (outra comunidade Quilombola) de carona com Daniel (da Expedição VagaLume), Serrinha (da Secretaria de Educação) e Henrique (o motorista).
Conhecemos D.Firmina que desandou a contar histórias.
Contou de um parente, José Meloso, que estava ruim, doente no hospital e pediu à sua mãe que colocasse duas colheres de farinha em sua boca para que morresse em paz.
Ela deu. E foi a derradeirinha vez, pois ele já foi amolecendo junto com a papa na boca.
Conheci duas mulheres: uma desmanchava o cabelo da outra. Aqui este é um hábito comum: as mulheres sentam-se fora da casa para se pentear. Uma arruma a outra, fazendo penteados belíssimos, trançados de forma tão criativa que minha imaginação não alcança. Fazem e desfazem os cabelos com freqüência. Deixam sem penteado por uns dias para aliviar o couro cabeludo.
Perguntei sobre suas filhas que ali brincavam. Aí começou a malícia, começaram a falar de homens, que a outra tinha casado na “igreja verde”. Fiquei sem entender. Depois ela explicou:
_ Igreja verde é o meio do mato mesmo. A gente chama também de motel de calango.
Rimos.
Elas eram extremamente bonitas: o sorriso, o brilho da pele, os cabelos, a alegria.
Hoje o entardecer foi especialmente bonito, de um azul anil-alaranjado... e a nossa estrada passava por diversos Quilombos da região.
Quilombo é lugar que emociona.
Voltamos para Frechal.
Jonas e Jorge são duas pessoas boníssimas. Eles quiseram experimentar ser dupla de palhaço.
Ensinamos a gag clássica que o Léris Colombaione nos ensinou (que aliás, é infalível!) e eles fizeram.
Ficamos rindo até entrar a madrugada.
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